A sexta noite de Novena dedicada a São Francisco das Chagas, foi uma expressão do que Dom José Antônio, pregador da noite, a partir da inspiração do Concílio Vaticano II definiu a Igreja como Povo de Deus. Romeiros vindos do Piauí, Maranhão, Bahia e Pernambuco chegaram até o anfiteatro acompanhando a procissão com o painel no desejo de pagar suas promessas e aprender do santo o seu jeito de ser parte da Família de Deus. A comunidade reunida, em meio às diferenças culturais e de raças, ouviu o mesmo apelo: perceber as Chagas de Cristo, presentes na Igreja.
No dia em que celebramos a Palavra de Deus, a procissão da Bíblia entrou na Praça dos Romeiros, ladeada de imagens dos padroeiros das 6 Paróquias e 2 áreas Pastorais da Região Episcopal São Francisco das Chagas da Arquidiocese de Fortaleza. Outro destaque da noite, foi a participação dos Seminaristas da Arquidiocese que chegaram em Romaria até o Santuário franciscano.
Na noite desta segunda-feira (30), Dom José Antônio Aparecido Tosi Marques, arcebispo emérito de Fortaleza, proferiu uma reflexão profunda sobre as Chagas de Jesus e o papel transformador que elas desempenham na vida cristã. Ele começou explicando que as chagas de Cristo são o símbolo da ingratidão humana e, ao mesmo tempo, da expressão do amor infinito de Deus. “As Chagas de Jesus são o sinal claro de um lado da ingratidão das suas criaturas e, de outro, do amor infinito e maravilhoso de Deus, criador e Pai”, afirmou Dom José, ressaltando que esse sofrimento é resultado do egoísmo humano, mas que Deus nunca nos abandona.
Segundo Dom José Antônio, o mundo está marcado pelo pecado e pelo egoísmo, características que se opõem à verdadeira imagem e semelhança de Deus. Ele destacou que a humanidade não foi criada para viver em discórdia, mas para promover a união entre as pessoas, refletindo a felicidade que Deus colocou na criação. “Deus nos fez à sua imagem, e não uma imagem egoísta, que pisa nos outros, mas uma imagem que reconhece a presença de Deus em cada um”, disse Dom José, frisando a importância da comunhão entre os homens para alcançar a verdadeira paz.
Ao abordar o sacrifício de Jesus, Dom José fez questão de enfatizar que Cristo não veio ao mundo para condená-lo, mas para salvar a humanidade. Mesmo sendo rejeitado e levado à morte mais cruel, Jesus não demonstrou ódio, mas amor. “Jesus enfrentou a cruz, não revoltado com os homens, mas com o amor infinito de Deus para perdoar e transformar”, afirmou. Ele destacou que as Chagas de Cristo, por mais dolorosas que fossem, se tornaram gloriosas pelo poder do amor divino, e que esse amor é capaz de transformar qualquer coração humano.
Na sequência, Dom José trouxe à reflexão a figura de São Francisco, que recebeu as chagas de Cristo em seu corpo. Para ele, esse fenômeno foi resultado da profunda conversão de Francisco, que acolheu o amor de Deus e sofreu ao ver a falta desse amor no mundo. “Francisco se deixou guiar por Deus e sofreu para se identificar com Jesus”, comentou. O arcebispo ressaltou que, assim como Cristo, São Francisco respondeu às adversidades com mais amor, sem ceder ao ódio ou à vingança, e que sua vida foi marcada pela doação fraterna e pelo reconhecimento da presença de Deus em cada pessoa.
Dom José também abordou a relação de São Francisco com a Igreja, um ponto central em sua pregação. O santo de Assis, mesmo diante das imperfeições humanas presentes na Igreja, sempre a amou profundamente e a respeitou como a família de Deus. “Francisco via a Igreja como algo sagrado e, ao ouvir a voz de Jesus que dizia para consertá-la, percebeu que o trabalho não era apenas reconstruir uma capela física, mas renovar o povo de Deus”, explicou. Ele ressaltou que, mesmo diante das divisões e incompreensões dentro da própria fraternidade, Francisco nunca perdeu a fé e sempre confiou em Deus.
Por fim, Dom José fez um apelo aos fiéis, convidando-os a seguirem o exemplo de São Francisco no amor à Igreja e aos irmãos. Ele destacou que, assim como o santo, devemos abraçar as dificuldades e trabalhar pela unidade, sem deixar que as falhas humanas nos afastem da verdadeira missão cristã. “Que nós também tenhamos um coração de amor de Deus em nós, como Francisco, para reconhecer que Deus confia em nós”, finalizou o Dom José Antônio, reforçando que todos somos parte da mesma família de Deus e que o amor é a chave para a verdadeira renovação espiritual.
Nos passos da unidade própria da Igreja, os devotos, após a benção do Santíssimo, saíram em procissão retornando para a Basílica acompanhado de cantos e orações franciscanas.
Confira os registros da 6ª Noite de Novena:
Texto e Fotos: PasCom – Pastoral da Comunicação da Paróquia de São Francisco das Chagas
Serviço: SerCom do Santuário
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