Multidão de devotos acompanham a quinta noite de Novena em sintonia com o Ano da Oração

O contraste de luzes e cores era presente na Praça dos Romeiros no final da tarde deste domingo (29). A paleta de cores que acompanha o pôr do sol, dava lugar ao marrom presente nas vestes e ao olhar que estampava cores de alegrias e agradecimento de tantos que chegam a Canindé nestes dias. 

A multidão acompanhou a noite de novena que movimentou os grupos de oração da Paróquia e Santuário. Na noite dedicada ao estado de Alagoas, Dom Beto Breis, que a pouco tempo foi nomeado Arcebispo da Arquidiocese de Maceió, e já bem conhecido da Romaria de Canindé, falou aos romeiros sobre a oração.

Antes da pregação, as crianças, jovens e professores da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) apresentaram a romaria de Canindé com uma coreografia que reafirmava a identidade do povo romeiro. Ao som de “Sim, sou romeiro”, os devotos acompanharam sinais próprios das romarias, como as peregrinações, as realidades dos ex-votos depositados na Casa dos Milagres, o Painel de São Francisco e as bandeiras de vários estados que vêm ao Santuário durante todos os anos.  

Na pregação da 5ª novena de São Francisco em Canindé, cujo subtema foi “As Chagas de Cristo presentes em São Francisco e da vida de oração”, Dom Beto Breis, destacou a importância da oração, do silêncio e da compaixão, inspirando-se no exemplo de São Francisco de Assis. A celebração contou com a presença de milhares de romeiros e devotos do santo, reforçando o apelo espiritual por uma vida centrada na oração e na solidariedade. “São Francisco não era apenas um homem que rezava; ele era feito de oração”, afirmou Dom Beto, ressaltando que a profunda relação do santo com o Cristo se deu através de uma vida de constante adoração e contemplação.

Dom Beto trouxe à tona a transformação de São Francisco, que, aos 23 anos, teve um encontro com Cristo que mudou o rumo de sua vida. “Ele era um jovem de família nobre e rica, mas foi no encontro com o Cristo pobre, humilde e crucificado que sua vida ganhou um novo horizonte”, disse o arcebispo franciscano. Ele ressaltou que essa relação com Cristo, especialmente no momento da Paixão, foi o que moldou a vida de São Francisco, levando-o a buscar uma conformidade total com o Cristo crucificado, recebendo as chagas e se tornando um “outro Cristo”.

Durante sua homilia, Dom Frei Beto chamou a atenção para a palavra “adorar”, explicando sua origem e o profundo sentido que ela carrega. “Adorar vem do latim e significa ‘perto’”. Segundo o arcebispo, São Francisco vivia em constante admiração pelo amor de Deus, que se manifestava desde o nascimento de Jesus em Belém até o mistério do altar e da cruz. Para o arcebispo, essa atitude de adoração e contemplação é essencial para a vida cristã. “Hoje, muitos se deixam levar pelos efeitos técnicos, mas esquecem da necessidade de silenciar diante do mistério de Deus”, alertou.

O silêncio também foi um tema central no sermão. Dom Beto relembrou que São Francisco passava longos períodos nas montanhas, em locais isolados, buscando a comunhão com Deus por meio da oração silenciosa. “Era no silêncio das montanhas que ele encontrava a força para viver o Evangelho”, destacou o arcebispo, traçando um paralelo com a necessidade de o ser humano moderno reencontrar momentos de silêncio em meio à agitação da vida cotidiana. Ele contou a história de um avô que havia perdido seu relógio no feno, mas que só o encontrou após os netos saírem, quando o silêncio permitiu que ele ouvisse o tique-taque. “No silêncio, ouvimos a voz de Deus”, concluiu.

Dom Beto encerrou sua reflexão falando sobre a compaixão, um dos pilares da vida de São Francisco. Segundo ele, o santo de Assis não separava a compaixão pelo Cristo crucificado da compaixão pelos que sofriam. “Francisco contemplava as chagas de Cristo, mas também via as chagas dos pobres e dos marginalizados”, disse Dom Beto, convidando os presentes a seguirem o exemplo do santo, que via o sofrimento dos outros como um reflexo da Paixão de Cristo. “Como nos ensina o Papa Francisco, devemos passar das chagas de Cristo às chagas dos nossos irmãos”, finalizou o frade arcebispo, deixando um forte apelo pela prática da compaixão e do cuidado com os mais necessitados, que são imagem do próprio Deus.

O rito de encerramento seguiu o de costume, com a Exposição e benção do Santíssimo e o retorno do Painel a Praça dos Romeiros.

Confira os registros da 5ª Noite de Novena:

Texto e Fotos: PasCom – Pastoral da Comunicação da Paróquia de São Francisco das Chagas

Serviço: SerCom do Santuário

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